Projeto Viveiros Comunitários
Sete Barras e Você conversou com Gilberto Otha, Secretário de Desenvolvimento Rural, e Aldrien de Sousa Fuzitani, Engenheira Agrônoma, para traçar um perfil do projeto Viveiros Comunitários, iniciativa que vem ampliando o cultivo da Pupunha na cidade de Sete Barras, SP.
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Gilberto Otha, Secretário de Desenvolvimento Rural de Sete Barras. |
Quando o projeto teve início, em 2002, se cultivava a Palmeira Real, mas a partir de 2005 a Pupunha ocupou seu lugar nos planos do programa principalmente por causa de seu amplo leque de vantagens.
Atualmente são sete os viveiros mantidos pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, localizados nos bairros Rio Preto, Lambari, Nazaré, Itaguá, Saibadela, Guapiruvu e Dois Irmãos. Em cada um trabalham de 8 a 10 pessoas, sendo que após atingir as cinco mil mudas troca-se de turma. Enfatiza Aldrien: "Acreditamos que essa quantidade de mudas é suficiente para se começar e levar adiante a produção. O papel da Prefeitura é dar o incentivo inicial e todo o auxílio técnico, mas cabe a esses homens e mulheres se unir e batalhar pelo crescimento de seu novo negócio".
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Mudas da Pupunha em um dos viveiros do projeto. |
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Transporte das mudas. |
Vantagens do cultivo da Pupunha:
- Precocidade, com o primeiro corte a partir de 18 a 24 meses após plantio;
- Perfilhamento da planta mãe, chegando a mais de 15 perfilhos, o que permite repetir os cortes nos anos subsequentes, sem necessidade de replantio da área;
- Qualidade do palmito, geralmente com comprimento de 40 cm e diâmetro entre 1,5 - 4,00 cm, sendo muito macio e saboroso;
- Lucratividade, quando plantado e conduzido adequadamente, um hectare produz de 5.000 a 12.000 palmitos por ano;
- segurança para o produtor, pois o palmito pode ser deixado no pé ou quando cortado pode ser processado, envasado e guardado para ser comercializado quando o mercado se encontrar mais propício;
- Facilidade nos tratos culturais e cortes, uma vez que plantas selecionadas não apresentam espinhos;
- Vantagens ecológicas, podendo a cultura ser conduzida a pleno sol, em áreas agrícolas tradicionais, sem nenhum dano às áreas nativas, fato este de grande apelo comercial, principalmente para a exploração do palmito visando o mercado externo.
Aldrien nos conta que as mudas da Pupunha custam entre R$ 1,00 e R$ 1,20, um valor alto para quem está começando a trabalhar com o produto. É aí que entra a Secretaria de Desenvolvimento Rural através dos seus sete viveiros espalhados pelo município: a Prefeitura faz a doação das sementes e dá toda a assistência técnica antes e após a produção das mudas.
Saiba mais sobre o projeto
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Cachos de Pupunha. |
A simpática engenheira nos contou ainda detalhes desta importante ferramenta de fomento à produção sustentável, que em poucos anos mudou o panorama da agricultura local, confirmando o plantio da Pupunha como uma eficiente alternativa, com a Prefeitura Municipal fornecendo gratuitamente as sementes, terra, areia e saquinhos para fazer o transplante das mudas, e toda a assistência técnica antes e após a criação das mudas; "Fazemos visitas uma vez por mês a alguns produtores para ver como estão se saindo", diz ela, "Antigos extrativistas estão agora plantando Pupunha, principalmente ao redor de parques de proteção ambiental".
Leia a entrevista:
Sete Barras e Você: Quantas mudas são produzidas em cada viveiro?
Aldrien Fuzitani: Cerca de 8 mil a 9 mil unidades.
Qual o custo das sementes?
O quilograma sai por R$ 28,00.
Quantas mudas são produzidas por Kg de sementes?
Aproximadamente 160 unidades.
Quanto tempo leva desde a plantação da semente até a muda estar pronta para o plantio?
De seis a oito meses.
Qual o ganho da cidade com o projeto Viveiros Comunitários?
Em dois anos os interessados em se tornar pequenos produtores de Pupunha começam a gerar renda e a fortalecer a cadeia produtiva. Podem se unir na compra de adubo ou outros materiais, como o calcário, utilizado na correção do solo, e pagar menos por isso. Também podem vender em grupo, como acontece no Bairro Nazaré, e conseguir melhor preço por sua produção. A cidade também ganha ao ver terras que antes estavam vazias gerando produção.
Um programa que avança
Em 2005 o Programa Rede da Roça, através do Projeto Viveiros Comunitários, produziu 25.561 mudas, e no ano passado esse número aumentou para 122 mil. Veja o gráfico:
No ano passado a produção caiu praticamente pela metade em comparação a 2010, principalmente por causa do clima, que não foi tão favorável.
Contém material de: Secretaria de Desenvolvimento Rural de Sete Barras, Wikipedia e Museu em Rede.